A Capela Rosslyn, é uma das construções mais intrigantes que se tem notícia. Documentos que tratam de sua construção ainda existem. Mas os mistérios que a cercam rendem dezenas de histórias, teorias e muitas lendas. Neste artigo vamos tentar entender o que faz da Capela Rosslyn tão especial. Desde temas centrais de livros, como o refúgio de Maria Madalena, Os Pedreiros de Deus Entre o Maço e o Cinzel, até uma moradia templária, além de aparecer nos filmes de Hollywood gerando várias Conspirações.
Em meados de 1440, Willian Sinclair, 11º Conde de Roslin e líder de uma tradicional família de ligações diretas com os Cavaleiros Templários, os mesmos monges guerreiros que protegeram o santo sepulcro no Oriente e dominaram a economia na Europa entre 1119 e 1307, decide construir uma “capela”. Mas sem apelações cristãs. Contratando mestres construtores de diversos lugares e sem uma explicação aparente, mandou gravar em moldes de madeira, diversos símbolos para serem entalhados na pedra, que foram gravados em suas paredes. Símbolos esses que, como veremos a seguir, vão de esculturas retratando uma iniciação maçônica, ao Milho, fruto ainda desconhecido na Europa naqueles tempos.
Diversas técnicas de construção e formas de esculturas foram detectadas nesta capela. O que fez perdurar o mistério e se tornar uma verdadeira “dor de cabeça” aos historiadores que tentam mapear seus mistérios. Nos acompanhe nesta jornada de conhecimento e lendas que você, iniciado na arte real, tem o dever de conhecer!!!
Roslin é um condado que fica a aproximadamente 11km de Edimburgo. A história conta que foi formado por pedreiros e artesãos quando de sua chegada para realizar a construção da capela para Willian Sinclair. Porém, o castelo de Roslin, já estava ali, muito antes. A ideia inicial de Willian consistia na construção de uma enorme abadia, tendo como modelo, a Catedral de Edimburgo. Para isso, chamou diversos artesãos e mestres construtores, de várias regiões do reino para a empresa. O número de obreiros era tão grande e a construção levou tanto tempo, que uma vila foi formada e perdurando até os dias de hoje.
O segredo da Capela Rosslyn começa já no nome ao qual ela é conhecida. Rosslyn possui uma grafia bem diferente da localidade de onde ela nasceu. O local se chama Roslin do Gaélico que pode ser traduzida como “Queda dágua”, ou um “Promontório”. Mas a Capela tem em sua grafia, um “s” e um “n” a mais além da letra “y”, que não possui uma tradução em gaélico. Mas linn sim.
Unindo as palavras em gaélico Ross Linn, temos então algo como: “Conhecimento antigo passado as gerações”. O que só aumenta o mistério dessa pequena, mas monumental capela. Já que são poucos os documentos que relatam sua construção, mas são fatos determinantes na história. Tendo como exemplo o historiador do conde Willian, Richard Augustine Hay, explicando o método utilizado por Sir William:
“Construir uma obra para o serviço de Deus, uma obra de caráter mais singular, o tipo que poderia ser feito com grandíssima gloria e esplendor, para isso, ele mandou trazer artesãos de outras regiões e reinos estrangeiros e fez com que diariamente estivessem presentes todos os tipos de trabalhadores como pedreiros, carpinteiros, ferreiros, transportadores e entalhadores de pedras… a fundação deste trabalho foi lançada no ano do Senhor de 1446, e até o final o trabalho poderia ser mais raro, primeiro ele fez com que modelos fossem desenhados sobre tábuas orientais, e fez os carpinteiros entalharem de acordo com os esboços contido nelas, e as deu como modelo aos pedreiros para que pudessem esculpir de forma parecida na pedra; e porque achava que os pedreiros não tinham um lugar conveniente para se alojarem… ele os fez construir a cidade de Roslin, que ainda existe e deu a todos uma casa e terras.”
O projeto idealizado por Sir. Willian foi muito ambicioso. Tremendamente decorada com entalhes, tanto dentro, quanto fora. Sendo a maioria deles, uma incógnita até os dias atuais, outros, poderiam contar com um tom de humor mais elevado.
Num destes entalhes, vê-se uma raposa, trajada de clérigo, pregando num altar para uma plateia de galinhas. Em outro entalhe, observa-se, uma clara referência ao milho. Fruto tão comum nas américas. Porém, na Europa, em pleno século XV, esse fruto ainda era desconhecido. Aqui voltamos as lendas de que os próprios templários já conheciam as américas antes mesmo de ser oficialmente reconhecidas pelas esquadras de Colombo.
Nas paredes de Rosslyn, encontra-se ainda, inúmeras referencias templárias, com símbolos e caricaturas. Uma delas, talvez seja a que cause mais espanto. Mostra um homem vendado, ajoelhado em esquadria, segurando uma bíblia com um laço de forca em seu pescoço, sendo segurado por um cavaleiro Templário. O que pode figurar claramente como um retrato de uma das cerimônias mais celebres praticada pela atual Maçonaria. A Iniciação Maçônica. A partir desta figura, muito se especula sobre a ligação templária com a Maçonaria.
A literatura que menciona a Capella Rosslyn é imensa. Geralmente envolvendo ela em especulações, lendas mistérios. O Livro do escritor Dan Brown: O Código Da Vinci em 2004, levou a Capela Rosslyn para o cinema. Colocando a Capela no cenário principal da trama, quando insinua que os restos de Maria Madalena, então esposa de Jesus, descansam ali. O que muitos não sabem, é que muito do que foi utilizado na história de Dan Brown, já havia sido publicado. O livro: “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”, de 1982, dos escritores: Michael Baigent, Richard Leight e Henry Lincoln, abordam os temas utilizados de O Código Da Vinci, de forma mais aprofundada, contando a origem das sociedades secretas que aparecem na trama de Brown. Porém, outros livros: Girando a Chave Templária, de Robert Lomas, O Segundo Messias, de Christopher Knight e Robert Lomas, também o escritor brasileiro Z. Rodrix no livro Schin de Floyrac, o terceiro livro da saga: a Trilogia do Templo, são alguns que de alguma forma, tentam explicar a história e razões desta misteriosa Capela.
Além da literatura, lendas também participam da densa bruma que envolve Rosslyn. Uma lenda Maçônica, talvez a mais conhecida, seja a do pilar do Aprendiz: Conta-se que um mestre construtor, após receber a ordem de seu contratante para construir alguns pilares que decorariam a Capela, decidiu partir para o estrangeiro, onde veria de perto as colunas nos templos da Grécia ou de Roma, ficando na obra, seu Aprendiz. Quando retornou tempos depois, encontrou uma belíssima obra realizada por seu Aprendiz, um Pilar ricamente esculpido e decorado, muito mais belo do que qualquer um que encontrara. Cego pela ira, o Mestre atacou o Aprendiz com seu malho, o golpeando na cabeça. Os rostos, tanto do Mestre assassino, quando do Aprendiz, estão retratados na parede logo atrás do Pilar. O livro: Os Pedreiros de Deus Entre o Maço e o Cinzel, do escritor DeSenes, retrata esta história com maior profundidade, trazendo detalhes desta lenda que povoa o imaginário de maçons de várias partes do mundo por décadas. Lembrando, caro leitor que todos os livros aqui mencionados, podem ser adquiridos através do link disponibilizado ao final deste artigo.
Após a morte de Sir, Willian Sinclair em 1484, seu corpo foi enterrado na capela inacabada, seu sonho fora interrompido. Mas o Pedreiros que nela trabalharam, continuaram morando na vila, e partiram para outras regiões. Especula-se que as atas num dos documentos mais antigos que retratam as sociedades dos Maçons, na loja de Aberdeen, em Endinburgo e 1493 fossem escritas por pedreiros que foram contratados por Sir Willian Sinclair, e permaneceram na vila de Roslin.
Capela Rosslyn é o verdadeiro emblema de um testamento gravado em pedra. Suas lendas e mistérios perduram por vários séculos, e diferente dos egípcios, que tiveram a solução de vários de seus mistérios resolvidos com a “Pedra de Roseta”, os mistérios de Rosslyn permanecem sem explicação, encontrando algum vislumbre nas sociedades secretas, ou nos dias de hoje, discretas, que atravessam os séculos, guardando seus mistérios a portas fechadas.
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