O Maço e o Cinzel

O Maço e o Cinzel, são as ferramentas simbólicas, dadas ao Aprendiz, para que dê início ao desbaste de sua pedra, que ainda bruta, exibe as arestas repletas de vícios e paixões, exibindo e polindo, golpe a golpe, as virtudes que se encontram escondidas dentro de cada ser. 

Essas ferramentas eram utilizadas na lapidação dos blocos pelos operários das antigas corporações da Maçonaria operativa. Eram eles pedreiros construtores, ou artesãos da pedra. O escritor francês Jean Palou os classificou em sua obra: “A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática, como sendo: o Pedreiro Livre (Free-Mason) aquele que talha a pedra ou imagens de pedra mole. Já o talhador da pedra bruta nas pedreiras era chamado de Pedreiro Rude (Rough Mason). O que diferenciava os pedreiros livres dos pedreiros rudes era o conhecimento de geometria e outras ciências da arte. Para melhor desbaste, se utilizavam do Maço e do Cinzel, instrumentos que ofereciam uma maior precisão no desbaste. Inclusive, existe um documento curioso, das Old Charges, datado de 1693, que pertence a Grande Loja da Inglaterra, proibindo a um Pedreiro livre, mostrar o Esquadro, Régua ou outros materiais de ofício a um Pedreiro Rude. 

O Maço e o Cinzel, imprimem uma simbologia das mais importantes na Maçonaria especulativa. São eles, unidos, que exprimem a vontade do aprendiz. A força aplicada, a ação, a vontade (o Maço), no ato de bater, e a reação ou a consequência, (o Cinzel), refletida na pedra bruta. Mesmo não possuindo uma clara visão de quais arestas deve o iniciado aparar, dá início a lapidação, na maioria das vezes com golpes tímidos. Lhe falta a prática das grandes virtudes, ou mesmo, um alargamento do seu intelecto, até que por fim, comece a ver com mais clareza as arestas que precisam ser removidas. O trabalho é lento e penoso. Às vezes, doloroso e requer disciplina e persistência.  

Munido deste par de ferramentas, o Aprendiz começa a sua labuta pelos canteiros de sua própria obra. Remover maus hábitos, vícios ou condutas reprováveis, não são tarefas simples. É preciso que o caminhante da senda faça grandes esforços. A cada golpe, ele se revela um pouco melhor e o trabalho, mais árduo, e deve se estender por toda vida.  

O Maço e o Cinzel acompanham o Maçom não somente no grau de Aprendiz, quando de sua chegada ao canteiro de obras da Maçonaria Universal. Mas sim, por toda a vida, independente do grau. Não são rara as vezes em que encontramos Peregrinos, quando da ocasião em serem Aprendizes, que não lapidaram muito bem suas pedras. Ao atingirem certos degraus dentro da ordem, acabam por polir estas arestas, deixando-as afiadas como facas, enaltecendo o orgulho e soberba. Vícios estes que não sabiam possuir quando seguravam hesitantemente o Maço e o Cinzel, lá no início de sua jornada. 

O Maço e o Cinzel, são ferramentas típicas dos aprendizes, porque são as primeiras ferramentas dadas a eles. Deixando que eles percebam o quão desnecessário é o excesso de muitos vícios que carregamos em nossa jornada. Peso morto, que apenas torna muito mais cansativa a caminhada do peregrino na jornada da auto iluminação. 

Deixe nos comentários sua opinião sobre essas ferramentas e a importância que exerceram em suas vidas! 

Grande abraço e até o próximo artigo!! 


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